Apoio psicológico no câncer de mama
Por: Lilian Tavares | 1 de outubro de 2024
A medicina tem avançado nos tratamentos das doenças crônicas, entre elas o câncer de mama. Considerado como o câncer de maior prevalência entre as mulheres, o câncer de mama é também o que mais mata no mundo. No Brasil essa estatística não é diferente, esse tipo de câncer passa a ser um problema de saúde pública devido ao aumento gradativo da incidência e mortalidade, além do difícil acesso aos serviços no sistema de saúde de forma integral e equânime em diversas regiões do país.
O impacto causado por um diagnóstico que possa remeter à percepção de finitude da vida ou de sérios comprometimentos psicossociais pode acarretar na mulher efeitos psicológicos muito negativos graças a toda sorte de preconceitos que há décadas são associados a essa doença.
No entanto, com a possibilidade aumentada de sobrevida, há de se ter um investimento na qualidade de vida dessas mulheres; para isso, poder contar com um suporte psicológico passou a ser fundamental para reconhecer as emoções que podem se transformar em sintomas físicos e psicossociais, como referem alguns pesquisadores.
Vários aspectos da doença surgem como preocupações recorrentes para as pacientes acometidas pela doença, entre eles o tempo de vida, as condições econômicas para bancar o tratamento, o medo da mutilação e desfiguração com consequências para sua vida sexual, entre outros. Compreender quais os significados que a doença passa a ter para essa mulher pode ajudá-la a elaborar e ultrapassar a crise de forma menos traumática, visando ressignificar sua vida e deixando-a mais disposta a enfrentar o tratamento.
O suporte de familiares e amigos é fundamental nessas fases de descoberta e tratamento da doença, mas muitas vezes devido à proximidade afetiva, esse apoio se revela insuficiente. É nesse momento que o papel do psicólogo se revela imprescindível, promovendo um melhor ajustamento à doença, à redução dos sintomas nos distúrbios de ansiedade e depressão, além de ajudar a elaborar as angústias, medos e incertezas, fomentando uma postura ativa do paciente diante da doença e do tratamento. O apoio desse profissional também é desejável para a família do paciente que, assim como ele, também fica muito fragilizada.
Vale ressaltar que não existe nenhuma comprovação de que alguma abordagem específica possa ser mais eficiente que outra, devendo todas, portanto, ter como premissa um objetivo bem delineado a ser atingido, conforme a demanda de cada paciente.
Se você está passando por essa fase e precisa de um apoio profissional, vamos falar mais sobre isso!
Lilian Tavares é psicóloga e gerontóloga social.